Por Evandro Nogueira
O feminicídio é um crime de ódio contra as mulheres, e o mês de março que titula o Dia Internacional da Mulher, deixa em pedaços famílias e afins. A corrente da violência vai ganhando contornos sem limites e a mulher é sempre a vítima que cai aos pés de algozes mesmo diante do apelo de filhos, e, amparadas pela Lei 11.3401, vigente desde agosto de 2006, no Brasil.
A violência contra o sexo feminino em território nacional se desconecta integralmente da imagem de Pais do Futebol, do Carnaval, da Alegria e da solidariedade entre outras adjetivações. Os fatos que ocorrem e são relatados se ampliam pela falta de consciência social, de educação e cidadania, ganhando destaque por descaso das autoridades, abuso de impunidade, corrupção e imparcialidade da Justiça.
Mesmo existindo em funcionamento lei e equipamentos protetivos às mulheres o escudo está sempre vulnerável diante da sanha de maridos, amantes e namorados. As estatísticas assombram, e inundam delegacias e/ou departamentos direcionados para atendimentos de ocorrências a mulher.
O Ceará, por exemplo, ostenta uma bandeira negra como o ente federativo listado como segundo em violência contra mulheres. O estado perde a condição de primeiro em crimes contra o sexo feminino para o Rio de Janeiro. No assombroso mapa da violação de Direitos das Mulheres exposto no Décimo Quinto Anuário Brasileiro de Segurança Publica que, relata que o Ceará em 2020, por exemplo, teve 329 mortes de meninas e mulheres. Isso representa uma taxa de 7 assassinatos para cada 100 mil mulheres.
Especialistas ao abordar o tema sobre a violência assistida pelos filhos contra a mãe, cravam que, os filhos serão espelho do que vivenciaram quando chegar à fase adulta e, assim a banalização da violência será replicada com a esposa, amante, namorada, num ciclo permanente de dor, trauma, espancamento e com tragédia anunciada.
‘A vida passa e ficam as sementes. Bem aventurados os que semeiam o bem’
Segundo a Defensoria Publica do Estado, o Núcleo de Violência de Enfrentamento Contra a Mulher, em Fortaleza, atendeu uma demanda só o ano passado 8 mil e 296 mulheres. Desse total, apenas 518 concordaram em participar de uma pesquisa, e trouxeram um dado preocupante: 61% delas admitem que os filhos presenciam os espancamentos, ameaças e tentativas outras de maridos, amantes e namorados.